Veja, melhor que você não veja!

Desde que tive contato pela primeira vez com essa revista, acompanhando notícias de polícia ou movimentos sociais sempre me impressionei com a maneira como as idéias são colocadas de maneira polarizada. Unidimensional seria um bom atributo para ela.

Não entendia como alguém com um mínimo de inteligência poderia ler essa revista, tenho aversão até as capas dessa revista, criativas, porém fantasiosas. Descobri depois, que ler essa revista servia como um tipo de inserção social. Uma espécie de auto-afirmação, leio veja, logo pertenço a classe "media" e sou "intelectualizado". Como se tudo que dissessem durante suas conversas estivessem respaldados por esta revista, e consequentemente seus argumentos tivessem substância.

Vejo muita gente comentando, por exemplo, que existem dois "Brasis", o dos pobres, alienados que recebem bolsa isso e bolsa aquilo, e o da classe média culta, que lê, e portanto não é tão alienada. Esta última é a dos leitores da veja, na sua própria visão, é claro.

Para quem gosta de ler e se informar, e tem interesse na verdade, não deve se basear nas matérias de uma revista como a Veja, teria que ler no mínimo outras três ou quatro revistas que seguissem linhas opostas, para se descontaminar e estudar um pouco de história, além de saber que a veja defende os interesses de seus proprietários e tentam não chocar muito seus leitores, escrevendo o que eles supostamente gostam de ler.

Certa vez li uma matéria sobre o MST na Veja, e depois uma matéria sobre o mesmo assunto na Caros Amigos, nem parecia que falavam do mesmo assunto. Juntando as duas dava para ter uma idéia do que era o movimento, e dos interesses de cada revista. Recentemente acompanhando os problemas do governo Lula, de um lado a Veja com uma visão e do outro a Carta Capital com uma visão oposta. Só para citar algumas revistas e matérias.

Os meios de comunicação tem o papel de informar a sociedade de maneira séria e imparcial, mas não é o que acontece em grande parte das vezes. Como num jogo de espelhos onde você criticaria uma ação errada mas cometendo o mesmo erro pela forma como faz a crítica. Difícil de entender?

Quanto a capa que tem Lula e abaixo a frase: "A ÚLTIMA CHANCE". Deveriam escrever no máximo: Talvez agora, a PRIMEIRA CHANCE.

Havia algumas imagens(capa veja) que gostaria de ter colocado, mas deu erro. Não obstante o principal foi verbalizado.